Eu, Xuxa e Ana Maria Braga



Dias atrás, Ana Maria Braga, Xuxa e eu cometemos um desperdício babaca.

As célebres protagonizaram uma cena pastelão em que bolos e tortas, que despertam diariamente o apetite das classes C e D que assistem a TV Globo pelas manhãs, eram desperdiçadas por meio de uma tradição estúpida das estrelas de se empapuzarem de guloseimas a cada encontro que realizam no matutino da loiruda recém-desquitada.

Eu, usando da mesma babaquice, desperdicei algo bem mais valioso que tortas e bolos super confeitados. Desperdicei tempo, bem mais precioso do ser humano, com algo (ou seria alguém!?) que na minha concepção atual vale menos a pena do que assistir o filme em que a Xuxa Meneghel é a mocinha e Ana Maria Braga é a vilã.

Escovando o sexo


Apenas um tema consegue vigorar plenamente no universalesco, regendo a anatomia, a fisiologia e o comportamental. Estamos falando de sexo, óbvio.

O sexo, quando assunto, propicia uma curiosidade incomum em todos fomentada pela condenação, sem precedentes, que sofremos quando infantes, da cópula aflorar em conversinhas ou atitudes inocentes.

A liberdade feminina iniciou a escovação da imagem medonha do sexo. Mulheres começaram sua vida sexual antes do casamento sem maiores recentimentos, métodos contraceptivos se desenvolviam reiventando assim, limites pro conceito purista do pudor.

Entretanto, assumir publicamente a predileção por posições, apetrechos, lugares ou qualquer variação de parâmetro que hoje, naturalmente se faz para se obter o prazer sexual é um grande tabu.

O interessante é se perceber quanto de burburinho se produz quando fofocas de que fulano de tal adora um anal, um ménage (a trois + n pertencente a N), um vouyer, um swing e quizás um golden shower.

E é justamente aí é que se encontra o resquício de sujeira que sobrou da lavagem que se vem fazendo da imagem e concepção do sexo em si. A discussão sem entraves do sexo poderia proporcionar aos seres mais liberdade para se realizarem e gozarem, com trocadilhos, suas vidas sexuais, o que poderia trazer mais paz, harmonia e alegria para os seres que regem esse planetinha tão atrasado em avanços sociais. Não é?

Geisy Arruda, Santos Dumont e Albert Einstein


As teorias evolucionistas, que tem Charles Darwin como precursor, colocaram o ser humano no topo de uma pirâmide evolutiva devido ao seu alto potencial de racionalidade, que proporcionou uma sociedade melhor.
Ilustres cientistas como Santos Dumont e Albert Einsten que tiveram o dissabor de concretizar eventos que culminassem em eventos desastrosos como Hiroshima e Nagasaki, porém colocaram em xeque o conceito purista do progresso.
Um exemplo menos glamouroso e não menos polêmico é o da aspirante a turismóloga Geisy de Arruda que foi porcamente hostilizada por alunos da Uniban por (obviamente ter feito e causado muitas coisas além de) usar um vestido curto.
A concepção de que na universidade se encontra as melhores cabeças vem se dissolvendo de uma forma tão insossa em todos os lugares do mundo, como mais um resquício de retrocesso ao estado de liberdade de expressão que custou muito sangue para ser alcançado.
Enquanto o vigor do progresso implicando em retrocesso prevalecer, é duro prever até quando a translação e a rotação serão os unicos cíclicos que movem a Terra.

A gente podia ser tão feliz!

Quando questionado se ainda tinha o questionável costume de ver novelas durante esse feriadão de Finados, respondi que o costume tinha morrido devido as temáticas chatas que estão no ar hoje em dia.

Respondi também que a última que tinha fatalmente me atraído foi "A Favorita" devido ao seu maniqueísmo exacerbado do começo ao fim que me cativa imensamente. Mas o que mais me marcou na novela, não foi apenas isso, foi uma frase que no mês de outubro a minha voz mental gritou insanamente dia após dia:

A gente podia ser tão feliz.

Mas a frase conjugada no tempo daquilo que poderia ter sido e não foi, não me remete aos destemperos de Flora, e nem aos reparos de Donatela, só me conduz a uma compreensão mais intensa de mim mesmo.

Incerteza





Na vida, a incerteza é estimada a partir da probabilidade em que as coisas acontecem e com o método padrão em o tempo rege acontecimentos. Já a metrologia matematicamente afirma que a incerteza, quanto menor, indica a qualidade do objeto, também, seguindo um padrão como referencia.


Aí é que está o X do problema. A desconstrução do padrão na tomada de decisões é absurdo, pois o medo é congênito da cautela. No entanto, um tiquinho de desvínculo do padrão poderia conceber a felicidade e o gozo de se arriscar mais sem medo em empreitadas repletas de previsões estranhas e impossíveis.


E essa tem sido a minha incessante aposta, até o fim tragicômico das consequencias negativas.


Ou não!

Mendigar

Sempre quando olhava mendigos na rua, ou algum me parava para implorar misericórdia, a minha voz mental glorificava a Deus o fato da minha vida estar em um estado sócio-econômico superior.



Mendigos também mexiam com minha curiosidade de compreender as razões pelas quais os levaram a mendigar e de como administravam o dinheiro recebido por provocarem a piedade de transeuntes que depositam moedas e notas sobre suas mãos e chapéus.



Hoje, eu tenho uma compreensão maior sobre a arte da mendigagem, tudo porquê percebi que em vários momentos da minha vida eu também mendiguei.



Assim, percebi que mendigar não é pra qualquer um. É necessário ter um discurso isento de qualquer superioridade, ter humildade babaca e apelo repulsivo como uma criança despenteada com o nariz empapuzado de secreções ou uma perna com tecido necrosado.



Dessa forma, compreendi hoje que a vida toda eu sempre fui um péssimo mendigo, pois não tenho nenhuma das características que trilham o sucesso dos aventureiros da mendigagem.



Agora, vou me ater as minhas caracteristicas, valorizar meu potencial e me arriscar noutra arte cujo êxito frenetizará a sístole e a diástole do meu coração.

Auge






Estou no auge, sem dúvida. Nada pode ser mais alto do que isso.


Hmmm... na verdade, pode.


No entanto, nas inúmeras paradas que fiz na escalada para refletir se valia a pena realmente se desventurar juvenilmente no caminho do amor pleno, puro e unidirecionalmente construído, percebi que nenhum esforço humano meu seria mais válido para alcançar o topo, logo, o meu auge chegou.


Hoje, o sentimento ainda indefinido percola por toda a minha forma anatomo-fisiológica, entre células, tecidos e órgãos.


Ele revigora, enciuma, alegra espiritualmente quando o topo, por impressão babaca dos meus olhos e sentidos, se faz mais próximo.


Estou no meu auge. Daqui não devo mais avançar, mas desafiar a natureza é algo tão excitante, que vou continuar a permanecer na linha perigosa e arriscada da desobediência do óbvio.

Doces ou Travessuras?


O desfrute era do clima setembral, mesmo assim, crianças precoces bateram a minha porta com o bordão do Dia das Bruxas.
— Doces ou travessuras?
A estranheza foi instantânea. Aquelas crianças não estavam fantasiadas e nem dotavam de apetrechos que conferissem o terror e o medo da data comemorativa.
Fui carinhoso, como aquelas crianças esperavam que eu ia ser, pois costumeiramente eu já o fazia com elas. Deixei elas entrarem na minha casa e tranquei a porta, com isso o alavanque da estranheza acelerou quando percebi que as infantes começavam a se despir.
Naquele instante eu pude ver a alma daquelas crianças e ter a interpretação clara de quem elas eram. O desejo de me fazer infante e me unir a elas batendo de casa em casa, e se divertir no final contando as travessuras ou devorando os doces conquistados cresceu avassaladoramente.
Por sorte ou azar, a realidade beliscou o meu impulso, mostrando a impossibilidade nua que haveria de eu cometer o ultraje, resisti. Entreguei às crianças os melhores bombons que tinha na minha despensa, e as deixei partir.

Afogamento



É a asfixia provocada pela imersão prolongada do organismo em um meio líquido. Representa, no mundo, a segunda causa de morte por acidente, na faixa de 1 a 25 anos de idade.
Não, eu não sei nadar, mas não tenho medo. Já entrei em piscinas que não davam pé, em mares agitados, lagoas profundas e outros perigos aquáticos maiores.
Agora nado numa lagoa rasa, mas que adiante esconde uma espécie de monstro semelhante ao
do Ness, e eu mesmo sabendo que tem monstro ali continuo nadando cada vez mais.
Eu não tenho culpa! O monstro tem uma sedução lunática que vulnerabiliza o mais racional dos corações.
No entanto, eu sei. Eu não me depararei com o monstro, antes disso, me encontrarei em uma imersão prolongada do meu organismo, em meio líquido.

Sem neurose!

A funkeira mais acinturada do Brasil é avó aos 29 anos. Sua filha de 15 anos repete a mesma história da mãe que engravidou aos 13.

O mais engraçado da notícia é que o espanto se configura apenas por uma mulher poder ser avó aos 29, quando ainda temos estereotipado em nossas mentes a avó de cabelos brancos tricotando em uma cadeira de balanço.

Isso só acontece, pois Tati Quebra-Barraco é famosa pelo funk escrachado e bem escrito, ao meu ponto de vista, que engraça o sexo como uma disputa e não como a romântica troca de prazeres.
A estranheza também se dá pelo fato de que Tati, que agora possui uma boa condição de vida, tendo-se em vista as inúmeras lipoesculturas que realizou não ter conseguido realizar para a filha um destino diferente.
Destino ou determinismo? "Sem neurose!"

Contradição na Convicção



A convicção está fora de moda, mas seria mais gostoso se não estivesse. A vida realmente se torna mais portátil pra quem não tem nada a esconder, mas a portabilidade de nada vale quando se deseja sentir o macio sabor do hedonismo.


A sistemática é hierarquicamente superior a todas as relações: profissionais não convictos de suas atividades, amantes não convictos da fidelidade do parceiro, partidos políticos que dissolvem valores galgados por anos por conveniências maquiavélicas, modelos de beleza inseguros que se rendem a anorexia, bulimia, e por aí vai...


Contudo, é de se concordar que a convicção prende, e prender-se em tempos em que a liberdade tem sido gritada nos quatro cantos do mundo é uma tremenda idiotice.

Chiclete com Banana



Era uma vez um gato. Mas não um comum, esse tinha pedigree, era diferenciado. Era inteligente, tinha bagagem intelectual e fazia jus a seu título: ele era um gato.


Mas, como a onipotência só é conferida ao Criador, o gato tinha lá as suas fraquezas. Ele sabia que ele era um gato de valor no mercado animal, no entanto, o gato buscava o reconhecimento latente de seu valor em bandos, manadas e nuvens, que devido a limitações, jamais poderiam satisfazer o desejo do bichano.


Chegou um dia, que o gato agindo por instinto, confundiu-se e se atraiu pela fragância do cio de uma cadela. Era uma cadela e não uma cahorra.


O gato entorpecido pela sensação alucinógena que o olfato lhe proporcionava a cada passo que dava em direção a cadela, foi surpreendido pela correspondência da mesma, que mais sensata que o gato tratou logo de apresentar-lhe a óbvia impedância:


— A Mamãe Natureza em seus regimentos não permite que nós nos relacionemos, o que fazer?


Logo, a torpeza do gato se esvaiu.


A sagaz cadela tratou rapidamente de exibir outros atributos para convencer o gato a readmitir a vontade explícita da cópula proibida. Ela emitiu um latido suave e doce que convenceu o gato.


Foram para o escurinho e ajustaram-se aqui e acolá, agrupando-se de forma a permitir uma mecânica sexual prazeirosa para ambos. De todos os esforços apenas a cadela satisfez o seu cio, e tratou logo de dispensar o gato.


O gato decepcionado, continua até hoje envolvido na teia grudenta da medida do impossível.

Supercola ou resina epóxi?

Ela numa noite chuvosa de quinta-feira decide:

— É só isso, não tem mais jeito! (Vanessa da Mata - Boa Sorte)

— Não faça assim! (Paula Toller - Nada por Mim)

— Minha estranha loucura é tentar te entender e não ser entendida! (Alcione - Minha Estranha Loucura)

— Meu amor! Se você for embora, sabe lá o que será de mim??? (À Francesa - Cláudio Zoli)

— Eu quero ir embora! Eu quero dar o fora! (Você não entende nada - Caetano Veloso)

— Vamos tentar tudo novo de novo. Vamos se jogar aonde já caímos! (Tudo Novo de Novo -Paulinho Moska)

— Deixa eu decidir se é cedo ou tarde. Espera eu considerar! (Deixa o Verão - Los Hermanos),

Ele pensa: "Será que ela quererá, será que ela quer, será que meu sonho influi?" (Gatas Extraórdinárias - Cássia Eller)

— Ok! Não leve a mal se eu mudo feito a moda. Hoje eu fico insegura, mas amanhã quero aventura! (Não leve a mal - Danni Carlos)

— Venha! Que a vida pra você será boa! (Acelerou - Djavan)

— Ah, se eu vou! (Ah, se eu vou! -Roberta Sá)

"Um dia desses eu me caso com você, você vai ver! Ai, ai! Você vai ver!!!" (Um dia desses - Adriana Calcanhoto)

Pára tudo, Sarney!



Há algum tempo atrás, tirei de mim e pus aqui minhas reflexões quase que bairristas no "Do bigode do Sarney". Hoje, o dito cujo anda bem célebre em capas de revista, em matérias de jornais escritos, ouvidos e televisionados.


A brilhantina voltou para Sarney que há tempos, desde que deixou a presidência, não era foco de discussões revoltosas que rolam em mesas de bares.


A permanência dele no Senado, apoiada pelo PT, e rechaçada por tucanos e democratas e a ala rebelde do próprio PMDB é um verdadeiro dissabor diário que acompanhamos.
Eu, eleitor iminente de Dilma Roussef, devido à minha antipatia tucanesca, acredito que o partido deveria sim encontrar outras maneiras de garantir a elegibilidade da ministra, não colocando em detrimento a moral e a ética do senado brasileiro.

Tendências






Quando uma possibilidade a cercava, Nívea se enchia de esperança. E isso sempre ocorreu. Infante, a emoção chegava a transbordar em si quando via Papais Noéis sofridos devido aos seus inúmeros apetrechos invernais em tempos de calor. Eles a deixavam louca e ansiosa para saber o que sairia de dentro daquele saco vermelho.


Hoje, não é diferente, Nívea está desejosa e ansiosa. A cada homem que aparece, ela despeja, sem receios, uma avalanche de sentimentos pesados, externalizando explicitamente seu desejo latente de amar e de se entregar ao outro com uma intensidade tal qual cantada por melodias sertanejas de amor barato.


O que Nívea não sabe, é que as tendências estão nas frestas do decidir da mente do ser humano, de forma que seus sucessivos preterimentos estão arraigados em uma única razão: Nívea não é tendência.


Que a vida deixe isso claro para ela. Como a neve.



Perto da Lua



Endeusar a Lua não é coisa de ameríndio. Recentemente eu mesmo fiz isso. Não, eu fiz mais do que isso, tentei chegar perto da Lua, explorá-la. E arrisquei.


A cada ano-luz que me aproximava do satélite, maravilhava-me com o mar de possibilidades que a Lua poderia me proporcionar, e quanta felicidade poderia sentir dentro de mim se eu pusesse meus dois pés nela.


No entanto, aos poucos a Lua ia se revelando, se mostrando recalcitrante. Era a temperatura fria que congelava o calor dos meus desejos. Era a gravidade menor que reduzia o peso do meu sentimento, deixando-o levemente surreal e improvável.


Daí em diante, desisti. Resolvi parar e abandonar a empreitada, mas não recuei. Estou no mesmo lugar, conseguindo sentir espiritualmente no vácuo do espaço que um dia terei todos os aparatos à mão para fincar com toda a força a bandeira da minha vitória em solo lunar.


Oportunismo & Oportunidade


A imiscibilidade do futebol com a música erudita é vencida quando vem à tona a contraposição de nomes como Ronaldo e Susan Boyle.
O fenomenal oportunismo do jogador, que viu a contratação do Corinthians a alavanca certeira para esbanjar estrelismo na seleção brasileira é uma manobra constante na sociedade brasileira que resiste bravamente em apostar no novo e dar oportunidades a tantos outros que podem fazer maior diferença.
Nadando contra a corrente da exigência mercadológica da beleza fundamental, Susan Boyle que encontrou em um reality-show uma oportunidade de se projetar e galgar degraus altos e inimagináveis em toda uma história de vida, é exemplo latente do quão válido pode ser a novidade sobre o batidão.

Anjo Guardador

"Você é um anjo!" O clichê que é característico de apaixonados que caem na malha fina da falta da inovação, no que concerne a expressão pura do que sentem no coração, foi dito por ELA. ELA é uma mulherzinha típica.

O pejorativo não provém de excessos libidinosos, ou de falta de altura, mas sim pelo fato de que ELA em suas vinte primaveras completas, comemora hoje com sorrisos e carícias recebidos pelo Anjo Guardador a mediocridade da sua vidinha morna e provinciana.

ELA só faz o que quer, tem dinheiro, se encaixa bem na construção social do padrão de beleza vigente e não possui destreza para discutir nada que fuja da superficialidade da vida. Mas mesmo assim, como é de se esperar desse sistema injusto, feio e mau que é essa bola azul que gira em um universo perdido, ELA arranjou o seu Anjo Guardador.

Junto d'ELA e do Anjo estou EU. EU que me valho da eloquência e do senso gostoso e levemente ácido do julgamento tendencioso baseado em meu achismo limitado, me envolvo numa teia bem emaranhada de ódio e inveja d'ELA.

No mais, o surpreendente resolveu vigorar neste triângulo micho e fez valer. ELA que recebe carinhos pendentes a uma seguinte investida sexual de seu grande angelical, observada por mEUs olhos vermelhos que parecem emitir lasers de alto poder destrutivo, vejo seus nervos se contraírem, sua pele suar fria e arrepios lhe correrem ao corpo quando o Anjo Guardador que ela conhecera naquela noite tira sua arma de fogo e lhe diz ao pé do ouvido: "É um sequestro!"

A piedade tocou a minha alma, tentei ajudá-LA, mas fiquei atarrachado com o argumento fatal do Anjo Guardador. "Deixe-me levá-LA, ela precisa fazer seu primeiro voo pela vida, você já fez o seu!"

(inspirado em Berecyl Garay)

In Natura


A hipocrisia barata da educação de quem assume, sem ressalvas, puramente a sua forma anátomo-fisiológica alcança e galga os mais altos degraus da vida, chega a ser enojante!
O mundo prende os seres humanos em um caldo viscoso, repleto de vaidade, avareza e hedonismo no qual não há banho que se elimine tais impurezas, não se consegue fugir!
Por esta razão, é que seres humanos jamais serão consumidos in natura. Eles se pasteurizam com mudanças de aparências atenuadas desde desodorantes que amenizam as sulfidrilas das axilas passando por cremes rejuvenescedores contra a ação de radicais livres até transformações comportamentais que culminam em casamentos de interesse, até controversos casos de pura psicopatia.
Entretanto, a noção da mentirosa panorâmica ameniza essa difícil sistemática. De modo que pregar a abolição da cosmética é babaquice, mas agir a evitar tolices que diariamente ocorrem por tabus incrutados na sociedade é glorioso!

Cuspam em mim, na Dilma e na Madonna


Nesse final de semana me cuspiram erros do passado. Eram como um cuspe denso, branco e cheio de bolinhas que deixavam aquele fluido cada vez mais viscoso escorrendo pela minha face!
Tanto nojo me levou à reflexão!
Fiquei tranquilo! Aquele cuspe não foi apenas lançado a mim. Dilma Roussef, a selvagem da Casa Civil e a danadinha da Madonna também foram cuspidas.
A primeira vê o seu passado, que anos atrás beirava ao desinteressante, ser vasculhado por jornalistas e historiadores, que recentemente acusam a sucessora de Lula de ser articuladora de um possível sequestro do nada defensável e indefeso Delfim Neto. Não que eu ache que isso impeça a ministra de ser candidata a presidência. Já li de pessoas: "Se meu filho namorasse alguém que participou de planos de sequestro, eu desaprovaria, logo não vou votar em Dilma!". Acredito que o contexto ainda vai amenizar a pena da presidenciável.
A segunda vê o seus desejos controversamente humanos caírem por terra após a negativa do governo de Malauí não permitir que a rainha do pop adotasse mais uma criança pobre africana, devido a separação recente de Guy Ritchie. Mais além disso, Madonna como uma boa mãe se torna questionável pelo fato do exibicionismo de sua família diversificadamente étnica-desfavorecida como um minimizador de suas libidinosas atitudes.
Agora vem a interessante entrelinha. Eu, após o fatídico estou refletindo e avaliando atitudes a fim de promover meu desenvolvimento humano. Dilma já se defendeu na Folha. Madonna vai recorrer na justiça, é claro!
"On and on, on the beat goes..."

Da retórica lulista

Beiro aos 21. E com todas as implicações do tempo que me rodeiam e assustam, posso dizer claramente que nunca na história da minha vida me senti tão controverso.

Acho que é a hora certa de fazer gritar aos poros conceitos, critérios e atitudes adultas, mas ao mesmo passo, me deleito ainda em bobageiras infantis que não desencarnaram com o tempo.
Olhar ao redor e ver que a sistemática não é só comigo não me satisfaz.
Há algum tempo, deixei de me cobrar em algumas coisas, mas nunca deixei de me penalizar quando me sinto subdesenvolvido pessoalmente, quando mais ainda amparado por balzaquianos e sexagenários que dizem que o tempo suavizará tudo. Ave!
Entretanto, não por Chronos que me deu vinte anos de vida e nem por Dionísio que semanalmente me propicia esbórnias universitárias, mas por algo mais espirituoso, sinto ao redor de mim a sensação de que todo esse emaranhado está no fim.
No mais, que a mudança venha, mesmo que ela seja uma mudança lulista daquelas que nos enchem de esperança no começo, e paulatinamente nos enche de decepções como é o jogo da própria vida.

Água fria


Calor é energia, aquece, movimenta, agita e ilude.

Valendo-me da semântica posso revelar a entrelinha que há no parágrafo acima com o desencadeamento total provocado pelo verbo iludir.

Sim, o verão ilude, sobretudo aos pobres vulneráveis a qualquer investida fraca da vida.

A beleza se sobressai em regatas, shorts, sungas e biquinis.

O contato de suores através do atrito de corpos, de misturas de salivas e outros fluidos corporais, que em contextos invernais, em discussões alcoólicas de bares se classificam nojentas, é amplamente difundido no verão e o desejo por essa conexão nos adentra osmoticamente.

Caí nessa rede pobre e trivial dos seres, mas fiquei na fase da expectativa, antes de partir em um ataque invasivo...

Ahhh!

Hoje finalmente veio a água fria!

Triste é saber que o frescor é adepto da efemeridade!

Cinzas na terça

Cinzas são na quarta, mas resolvi não contrariar meu desejo contínuo de antecipar coisas e eventos na minha vida, e fiz cinzas na terça.
Queimei em minha cabeça todas aquelas lembranças pobres de fracasso. Aquelas coisas que quando voltam à cabeça minam como um projétil nuclear a auto-estima nos deixando para baixo por um dia sermos capazes de cometer tantos enganos e burrices!
Levantei cedo depois de uma noite intensa de bebedeiras e aventuras, e saí caminhando pela praia fitando duas cenas e tentando de uma maneira quase que cinematográfica concatenar tudo aquilo à minha vida.
A primeira delas foi uma mulher, notavelmente descendente de japoneses, que brincava feliz na areia com sua filha. Em um instante passou pela minha cabecinha insana, provavelmente ainda tomada pelo espírito social que o álcool havia me propiciado na noite anterior, de lhe perguntar uma coisa, que naquele momento, devido a razões diversas me tomou a cabeça:
É realmente necessário seguir todo o protocolo pra ser feliz: desbirocar>>parar de desbirocar>>namorar>>casar>>filhos?
Por sorte, japoneses tem a fama da introspecção... Desencarnou de mim o espírito social e continuei caminhando.
Em seguida, vi uma casa em construção de frente para a praia. E em conjunto, vi um sonho sendo construído, um desejo, enfim! Aí me remeti a minha vida e vi os sonhos que construí, percebi o lugar aonde eu estava e porque eu estava ali... foi também tudo um sonho e um desejo realizado! E de certa forma, a partir daquela casa em construção, comecei a iniciar um novo processo de queima.
E então consegui! As burrices e enganos viraram cinzas. Em pleno clima de Carnaval.

Os genes sobre a Tábula Rasa




O confronto da ciência genética com a sociedade sempre me apeteceu e muito.


Entretanto, não naturalmente vou me pender à defesa gratuita da genética em relação às influências sociais no que concerne os comportamentos humanos. Prefiro identificar o equilíbrio ou não que há entre ambos os aspectos.


Para elucidar melhormente a minha esplanação devo me remeter a Teoria da Tábula Rasa qye aposta piamente na concepção do ser humano como uma folha branca, preenchida de conceitos morais e éticos ao longo da vida através da educação recebida pelos pais, avós, tios, irmãos, relações amorosas e etecéteras.


Em contrapartida é recorrente as investigações genéticas que procuram combinar sequências de adenina, timina, citosina e guanina da assassinos em série, psicopatas, homossexuais, ninfos, compulsivos e afins que fogem às regras da normalidade (ou "normalidade") biológica. Tudo isso para justificar que tais comportamentos são inerentes a qualquer educação ideal, até mesmo aquela que a SuperNanny ensina na TV.


A influência social se baseia no determinismo micro de "um pai cafageste, filho cafageste" até o macro de "país subdesenvolvido, população socialmente atrasada", o que é reforçado pela babaquice de não poder se afirmar que as sequências de bases púricas e pirimídicas européias são melhores que as latinas, uma vez que estes possuem aqueles em sua ascendência.


Daí, surge a minha proposta singela do projeto do equilíbrio, a genética dá a predisposição para o construtivo e o destrutivo, cabe a sociedade denotar a sua imensa responsabilidade de identificar as habilidades dos seres e propor regras e mecanismos para que estas sejam desenvolvidas em detrimento daquilo que pode definhar e causar dor. Aí sim, a costa larga não será nem da sociedade e nem da genética, mas do livre arbítrio do ser humano.


Controverso, não!?



Dependência




Poucos dias atrás ainda em férias, deitado assistindo o famigerado programa do Silvio Santos, minha mãe me fazia afagos, enquanto ríamos gostosamente do entretenimento dominical.



Hoje, afastado fisicamente dela vejo como ainda sou dependente, e "largado" na vida sou submetido a tantas outras dependências.


A quimica acalma tristezas proporcionando aquela alegria de prazo de validade bem curto, a emocional definha com nossas relações em uma relação de escravatura doentia, a econômica, se duradoura, acomete o subdesenvolvimento de seres humanos até mesmo paises e nações, a tecnológica limita a criatividade e diminui as relações interpessoais.


Seria eu atrevido a ponto de enumerar as complicações da dependência de Deus? Melhor não! Sairia do enfoque, pois meu deus não é o deus do leitor e assim em diante!


Mas, nesse ponto, se já nascemos dependentes a liberdade plena é uma utopia. Entretanto assumir-se dependente é feio, é sub! Ainda mais com a disseminação do comportamento psicológico ideal.


Acho queo cotidiano me lesou demais nesses ultimos tempos, ando levantando demais discussões babacas e pouco embasadas. Que o sono reverta esse quadro!
See ya!

Do bigode do Sarney




A foto não foi propriamente essa, mas pesquisando hoje sobre a vitória do dito cujo José Sarney no Senado brasileiro, me deparei com um ser humano muito interessante.


O ar rústico que o bigodinho questionavelmente bem aparado do ex-presidente, que governou quando me fiz brasileiro na Terra, esconde uma vida bem agitada, como a vida de quase todas as pessoas que conquistam um poder especial na sociedade.


Guvenando o acontecido, cheguei em um denominador gostoso de como cada ser humano pode se valer fantasmagoricamente do seu fantástico e ir transbordando pra tantas outras áreas de atuação sucesso e prestígio por toda a construção que fez no passado.


Mas não é apenas Sarney que também foi membro da Academia Brasileira de Letras e mantém coluna no jornal Folha de São Paulo, muito bem escrita por sinal, conseguiu essa façanha, vários outros célebres e não célebres também.


E é justamente aí é que beira uma discussão. A construção social supervaloriza o poder, seja ele qual for, da hiper moral de um deus até a de um sequestrador cruel. São desses ícones é que se tem extraído inspiração para fazer moda e tocar a vida.


Os homo sapiens sapiens deveriam se ater mais aos semelhantes fantásticos como Sarney isentos da celebridade, desmitificados enfim. Esses sim são mais autênticos e responsáveis em suas atitudes, influindo de uma maneira menos nociva. Impondo modismos mais brandos e menos intactos, dignos de uma transformação mais dinâmica.


Vish, quanta viagem dos bigodes do Sarney...



Obsessão




De nada adiantou o consolo das amigas. Ela estava obcecada por si mesma, o que fez com que trocasse tapas e sopapos com sua mãe e humilhasse seu pai.


Tudo o que ela ufanava era ficar "turbinada", afinal de contas, já havia se internado meses em uma academia, atingindo o famigerado mérito de perder dez quilogramas em um mês.


Como prêmio desejava ainda que cem mililitros de silicone adentrassem aos seus quatorze anos de vida, o que lhe foi negado, abrindo uma ferida que jorrava ódio, rancor e vingança.


Saiu de madrugada pelas ruas daquela grande cidade e o seu puro desejo entrou em sintonia perfeita com a nova parceria que estava prestes a fazer, a jovem trombou com uma prostituta e um travesti que lhe prestaram toda a solidariedade, ao verem o conturbado estado da garota.


O encontro dessas duas realidades culminou em um infalível plano entre as partes, a garota havia até mudado sua faceta de desespero para um riso e satisfação diabólicos.


Na noite seguinte, estavam as três em uma esquina, com característicos modos provocantes. Logo, chegou um automóvel que a classe média não pode adquirir facilmente, era a "vítima". A garota entrou sem se comedir com os modos libidinosos que o velho lhe tocava.


A prostituta e o travesti, portando uma arma de fogo, assaltaram o velho. Era uma mala que somava muito dinheiro, que foi dividido.


A garota esbanjava felicidade, esfregando o dinheiro pelo corpo, pois agora ela poderia agir clandestinamente e realizar a cirurgia que tanto queria.


Hoje, a garota numa cama de hospital, policiada todos os dias por seus pais, recebe em cada dor e inchaço do silicone industrial que passeia pelo seu corpo por meio de sua corrente sanguinea, seu prêmio por sua obsessão por si mesma.

Ética é soluto, hedonismo é solvente




A ética, composição dos juízos que se adquirem no decorrer da vida, não passa de um mero soluto em uma solução cujo solvente é o hedonismo.


O recepiente que contém essa solução insaturada é a vida, sendo que na infância ele começa a se encher.


O soluto começa a ser despejado quando se deparar com os primeiros códigos de ética, no ingresso à vida escolar, quando se inicia a sociabilização, que nos permite adquirir ou não, um valor importante, o respeito ao próximo.


A dissolução começa na adolescência quando a busca da satisfação pessoal determina a quantidade de solvente a ser colocado no recipiente, nesse momento é que os que têm pouco soluto, tornam-se antiéticos.


Na vida adulta tem-se que efetivar um controle maior sobre essa solução, para que a concentração da ética não diminua, tendo em vista a competitividade da carreira profissional (sobretudo em momentos de Crise) que faz com que se ponha em xeque a ética para a conquista do hedonismo.


Ao longo da vida, quando se analisa a concentração da ética e se percebe o que se fez no passado em função do acúmulo de hedonismo, constrói-se um gráfico de solubilidade, e se descobre que os momentos mais felizes da vida se encontram nos pontos em que o soluto está em total saturação.

Previsível



Este é a primeira postagem do guvenando... e não vou me valer da novidade e do imprevisível de abordar alguma temática requintada, hoje vou me render ao populacho e discutir a coisa que mais me chamou a atenção neste dia.



Me valendo da "mauricice" de poder acordar todos os dias ao meio-dia, ligo minhas baterias recarregadas almoçando, discutindo besteiras ou não com minha mãe, tia e irmã e assistindo TV.

Hoje, a Globo através do texto de Manoel Carlos, de Mulheres Apaixonadas, Marina (Paloma Duarte) soltou uma frase não inovadora e surpreendente, mas que fez pensar um ser humano tão futurista com a própria vida como eu.

Não vou saber reproduzir in sic o que a personagem proferiu vorazmente na cara de Lorena (Suzana Vieira), mas era mais ou menos assim:

"O casamento é uma promiscuidade. A mesma cama, o mesmo banheiro... Amor nenhum resiste à tanta falta de mistério, à tanta falta de saudade."

Frases como essa abalam. Sobretudo os filhos da fórmula batida de casamentos que ultrapassam bodas de prata e ouro.

No mais, me diverte particularmente ter que arranjar um novo mecanismo para burlar a facilidade de se desfazer uma relação que o século 21 trouxe consigo. E para quem acha que isso seja exagero e descrédito colossal à instituição-família tradicional, é só observar ao redor e ver como esse conceito vai mudar daqui a algum tempo.

Para cada 5 casamentos há 2 separações no Brasil, o que me faz acreditar piamente que as relações tem que se renovar, assim como os trâmites legais sobre o assunto se renovaram.

Tá, eu sei que não tenho muita propriedade para que a minha opinião seja considerada até porque não escondo de ninguém o fato de que até hoje nunca vivi uma relação estável e duradoura para testar à pratica e não à observação dessa dinâmica.

Enfim, é assim que começo o guvenando... Acreditem, tenho potencial para mais.

Até a próxima.