Guvena in Africa: Part I - Saída, chegada e primeiras impressões.

Olá Brasil!

Minha viagem começou de fato há um pouco mais de uma semana atrás aonde eu pude reunir amigos muito importantes na minha trajetória recente e viver momentos como o da foto abaixo:


Karina Simionato deixando sua marca trajando um Cecília Biancardi legítimo.

Quando você se despede dos seus amigos você começa uma transposição de si para o outro lugar, e isso é uma sensação muito grande que todos deveriam experimentar um dia. Não que você não saiba da sua importância na vida das pessoas, mas ela se torna mais palpável neste sentido.

Sorocabanos, não nos despedimos decentemente, mas a recepção tem que ser daquelas, entenderam isso? Entenderam???

Um dia antes de eu estar aqui na África do Sul. Eu estava uma pilha de emoções muito intensas. Esta viagem significa muito para mim, e acredito que todos que me rodeiam, ficaram junto comigo, emotivos.

Um dos momentos que jamais esquecerei foi o abraço em que dei em minha tia Águida aonde pude desabar diante de tanta pressão que a gente sente nesse momento e chorar muito, como há tempos não fazia. Foi uma grande desabafo sem palavras, meu e dela. Dias antes dessa viagem não foram tão fáceis de serem digeridos, quem é meu amigo de verdade, sabe ao tanto que me refiro.

Não posso deixar de registrar o carinho dos meus amigos, Thaís, Paula, Márcio, Danielle, Tayrone, Karina, Andréa, Felipe, Sandro e Mary Robers. Tem ainda a Sáskia que mesmo de longe sempre me rendeu sua atenção quando precisei. Seria mais do que injusto se me esquecesse do apoio mais do que fundamental, em melhores termos, quase que decisivo, que recebi de um grande amigo. É Fábio, a ti que me refiro. Você foi fantástico nesses últimos dias de ócio improdutivo, nervosismo e dramas mexicanos que vivi no Brasil.

Continuando, quando abracei minha mãe, minha tia Benedita, que é quase que a minha outra mãe, e meus tios no aeroporto, me segurei muito, mas assim que entrei na sala de embarque chorei como um bebê no parto, atraindo a atenção de todos. Liguei o “Who cares” e continuei chorando o quanto eu tinha pra chorar.

Entrei no avião e observei tudo atentamente, é curioso você observar as pessoas e pensar: “o que diabos essa pessoa vai fazer na África, sabe?” A parte do avião é a mais divertida! O susto e espanto das pessoas quando eu abria a boca pra falar português ou inglês com aquele sotaque tipicamente brasileiro era engraçado. Só no avião eu repeti 4 vezes em inglês que não era sul-africano, mas sim brasileiro.

Não consegui dormir! Optei por assistir os filmes disponíveis. Vi Dreamgirls (depois da propaganda enorme que meu amigo Leandro fez do filme), bonzinho, mas morno. Depois disso, ouvi musicas africanas disponíveis até me deparar com essa, eu tive que ouvir, e registrar que ouvi:


E eu ainda ouvi novamente tocando nas ruas da cidade e por um grupo de sul-africanos tocando a versão original.


Seis horas de vôo, comecei a ter funiquitos de estar sob o Oceano Atlântico. A Thaís já havia me dito sobre esse incomodo quando viajou pra França. Acompanhei a localização do avião pelo mapa da tela do meu computador de bordo o tempo todo:


Nesse momento eu ainda estava sob o oceano, no fim da linha vermelha: longe!


É engraçado, mas só tive a plena noção de que eu estava na África quando avistei aquele estádio de futebol marrom de Johannesburgo do alto do avião. Até então, a sensação era de estar num ônibus indo pra sabe Deus aonde dentro do Brasil mesmo.

Quando aterrissei, me deparei com um aeroporto muito bem estruturado e moderno (mais do que Mogi, rs). Conversei com alguns sulafricanos e eles me disseram que foram feitos altíssimos investimentos por conta da Copa em infra-estrutura. Todos com muito atraso e com muita corrupção. Um deles me perguntou como as coisas estavam no Brasil:

- Unfortunatelly, the history is gonna repeat in Brazil!

Politica a parte, cheguei na minha casa após vir pra Cape Town. Cape Town é linda, lembra um pouquinho, o Rio de Janeiro, pela geografia, mas é diferente. Moro num bairro nobre de maioria branca na cidade. Aliás, quanto a essa questão de pós-apartheid uma coisa me deixa muito curioso por aqui.

É normal ver brancos e negros andando juntos como amigos, mas não vejo casas inter-raciais como no Brasil nas ruas, no entanto, há muitos mulatos e mestiços aqui. Queria entender como isso aconteceu na época em que se decidiu separar os grupos, pois aqui tem mais miscigenação do que eu imaginava.

As mulheres negras são muito lindas e todas arrumadas, tanto as da favela que pegam aquele metrô que faz a linha Coral que vai pra Mogi das Cruzes parecer um luxo só, como as que andam de Mercedes. Todas escravas de seus cabelos lisos e alongados. Ou com tranças e penteados muito bem feitos.

As pessoas se vestem bem por aqui!

Voltando a questão racial, a dona da minha casa é uma mulher branca, amável, mas um pouco fechada, fala pouco sobre a vida dela. Isso me fez ficar um pouco temeroso sobre o que ela estava achando de mim. Só comecei a me sentir mais confortável com ela quando no shopping (Aliás, o Subway aqui é horrííííível e mais caro que no Brasil!) ela se abaixou e pegou o brinquedo que um bebe de uma família negra derrubou, entregou e brincou com o garoto e conversou com a família por uns minutos. Ali eu vi, que qualquer eventual problema que surgisse eu não poderia colocar essa questão de preconceito instantaneamente em relevância.


Moro numa casa bem na frente dessa "pedrona" aí!


No dia seguinte, fui pra escola e conheci muiiiiitos brasileiros, uma francesa, uma espanhola, um líbio e um sul coreano com o inglês mais difícil de entender no Bra... na África! Após a aula, saí com eles no Centro da cidade aonde comprei um adaptador pra ligar meu PC. O modelo da tomada aqui é bem diferente!

Bom, por hoje é só. Em breve posto fotos das baixarias aventuras que estão por vir!

Saudades de todos, até mais!

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