Relações Incomuns: Controle ou Liberdade?

Era com muita estranheza que o Senhor Controle se via naquela situação adversa. Ele estava em uma relação incomum.

Relações incomuns são comuns na modernidade e incomuns no conceito essencial pregado pela sociedade e o mercado como necessário para o ufanismo da felicidade. Elas se caracterizam pela indefinição e não enquadramento nos patamares básicos no que concernem relações interpessoais afetivas. São longas e demasiadamente intensas de sentimentos para serem caracterizadas como uma simples ‘ficada’, não tem arraigados os pressupostos da monogamia exigida para se transformar em um namoro e, pela mesma lógica, tão pouco podem ser consideradas um noivado ou um casamento. São de fato incomuns.

E ‘incomunidade’ é como uma cueca apertada incomodando as partes baixas e impedindo que o bumbum do Senhor Controle, que com a Senhora Liberdade conjugava uma relação incomum, respirasse. Liberdade que outrora já havia vivido um relacionamento enquadrado caiu nas garras da modernidade das relações incomuns.

Essa mesma modernidade, que vem tecnologicamente todos os dias para tornar a vida dos seres humanos mais confortável, vigora também na administração que se faz na necessidade do amor e da atenção externa. Isso fez nascer a relação incomum, em que os prejuízos iminentes da definição da relação não são admitidos podendo ser causas de um fracasso doloroso. Daí, é necessária a remoldagem de nós mesmos para manter este tipo de relacionamento, em que esconder o que realmente se sente é quase que uma questão vital para continuar a render.

Entretanto, o fator tempo, determinante para se aferir paciência, é que vai fazer com que Controle da Silva faça um streap-tease para Liberdade Souza para que se possa se ver livre de sua apertada roupa de baixo revelando sensualmente e com verdade todas suas reais e consistentes pretensões, tendo inevitavelmente a conseqüência da surpresa: boa ou ruim.

A necessidade do clichê

Quando comecei a ‘guvenar’ na Internet através do blog, muitos, baseados no conceito prosaico de que eu transformaria essa situação em um diário virtual, me taxaram no ridículo. Hoje, mais maduro que ontem até posso dizer que já fui ridículo aqui, e hoje vou me arriscar mais uma vez.

Não há ser humano neste mundo que me conheça minimamente que não saiba que eu vivo, sem nenhum tiquinho de dúvida, a fase mais desagradável da minha vida! Eu me considero mais chato do que nunca, pois, mergulhado na necessidade de me ocupar com um estágio em uma grande empresa, derramo-me dramaticamente a todos ao meu redor em um desabafo expectativo da consolação.

O que acontece é que o clichê nesses momentos ‘vem que vem que vem’ como certeiro. A princípio a indignação era imediata com isso, baseada na meritocracia que me compensou em uma velocidade maior em (quase) todas as grandes conquistas na minha vida. Hoje, o clichê me consola e comede, e são os de todos os tipos:

“Tudo tem seu tempo, e seu tempo chegará!”, este com um tom religioso baseado no 3 de Eclesiastes da Bíblia já me serviu bem nos tempos de vestibular e outros mais nebulosos, geralmente vem da minha família de cunho evangélico.

“O que é seu tá guardado!”, este então, nossa! É o mais vigente, e é o que eu mais tenho gostado, pois imagino que ele justifica melhor toda a história ‘a la mexicana’ que tenho vivido com RH’s de empresas desde aqui.

De tudo isso, uma coisa é certa, a minha maneira de pensar não mudou nada. O tempo é quem vai responder este tempo todo desperdiçado em seriados americanos, na aquisição de dez milhões no jogo Colheita Feliz e tweets cada vez mais elaborados, tudo isso perpassando por tentativas frustradas em diversas empresas até aqui cujo desgaste emocional é recorde. Que ainda prevaleça a meritocracia.

No morro do pau da bandeira






Esse ano a fenomenológica tomada de figuras conhecidas do grande público na política provoca grandes controvérsias. Tiririca o mais notável deles é aclamado pela massa e a quem tem um pouco de discernimento do que ele pode provocar no Congresso Nacional nada mais causa que uma grande ojeriza.

Quase no mesmo patamar que o “cantor comediante” podemos colocar as mulheres-fruta Morango e Pêra (esta última apoiada pelo Senador Eduardo Suplicy, olha que beleza! Marta Suplicy deve ter ficado radiante!), a funkeira “de responsa” Tati Quebra Barraco, os irmãos “K” e “L” do decadente KLB, Ronaldo Ésper com suas agulhas e vasos ruins e tosquice de Agnaldo Timóteo que sendo já vereador de São Paulo criou a polêmica e “relevante” lei para alterar o nome do parque Ibirapuera para parque “Michael Jackson”.

Dentre toda esta patotinha passam pelo meu filtro três nomes em ordem de grandeza: Leci Brandão, Netinho de Paula e Moacyr Franco. Acredito que infelizmente estes se misturaram aos indignantes do parágrafo acima. Moacyr possui uma boa carreira como artista e possui um bom intelecto para poder elaborar leis e aprovar ou não projetos no Senado. Apesar de estar em um partido menor do que o PC do B de Leci e Netinho, o PSL teve uma boa postura, a meu ver, ao apoio do Skaf (PSB-SP) no governo do estado de São Paulo, o discurso é firme e comprometido.

Quanto a Netinho, a desistência do seu programa no SBT para mergulhar de cabeça no projeto de se transformar em senador é um grande indicativo do comprometimento do candidato ao desafio que se propôs admitir. Além disso, a predileção por Netinho em detrimento do grande nome e carreira de Aldo Rebelo na política deve significar alguma coisa diante do restinho de seriedade que acredito que a coligação PT e PC do B deve possuir.

Leci Brandão, autora e intérprete de “Zé do Caroço”, um dos meus sambas favoritos, tem a obrigação de fazer valer o mínimo na Assembleia paulista o reconhecimento que a sambista possui no país com suas canções e críticas sociais que conseguiram o respeito de muita gente.

Através destes célebres ou não, a renovação e a inovação são muito importantes para o desenvolvimento de países emergentes como o Brasil, de modo que na política essa regra também prevalece. Que o ruim e arcaico fique para trás e o novo venha com a mesma firmeza e determinação do “novo líder do morro do pau da bandeira”!