Reencontrando Abraham Lincoln

Envolto pelo sentimento desagradável da carência, cedi ao ridículo de numa manhã ociosa digitar no Google a seguinte pesquisa: “frases para pessoas carentes”. A intenção era saber se alguma daquelas frases-dica que muita gente gosta de acessar me renderia de alguma coisa no dia de hoje.
O resultado da pesquisa me remeteu a um site que dentre várias frases que não se aplicavam à minha situação, destacou-se uma de Abraham Lincoln: “É melhor calar-se e deixar que as pessoas pensem que você é um idiota do que falar e acabar com a dúvida.”
Como sempre abominei ter que estudar a história estadunidense, esquecer da participação deste ex-presidente nela não me foi difícil, o espaço em memória foi destinado facilmente à alguma classe de proteínas ou leveduras.
Fui novamente ao Google e tentei encontrar alguma correlação da frase que me foi tão importante no dia de hoje com a vida de Lincoln, e ali notei que por mais que a História o acuse de negligente e ineficiente, o político marcou seu governo por manter os Estados Unidos unidos durante a Guerra da Secessão.
Não fui além na minha pesquisa, mas refletindo apenas do que obtive daí, percebo que este sábio homem, que assumiu o governo sendo taxado de idiota, calou-se e agiu eficazmente no inconveniente da guerra. Em outras palavras, meu reencontro com Lincoln trouxe a concepção de que todos nós podemos nos reinventar se calarmos mais nossos internos anseios pelas coisas da vida, através de palavras e gestos. Afinal, não há nada mais interessante que a dúvida. Será?

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