Envolto pelo sentimento desagradável da carência, cedi ao ridículo de numa manhã ociosa digitar no Google a seguinte pesquisa: “frases para pessoas carentes”. A intenção era saber se alguma daquelas frases-dica que muita gente gosta de acessar me renderia de alguma coisa no dia de hoje.
O resultado da pesquisa me remeteu a um site que dentre várias frases que não se aplicavam à minha situação, destacou-se uma de Abraham Lincoln: “É melhor calar-se e deixar que as pessoas pensem que você é um idiota do que falar e acabar com a dúvida.”
Como sempre abominei ter que estudar a história estadunidense, esquecer da participação deste ex-presidente nela não me foi difícil, o espaço em memória foi destinado facilmente à alguma classe de proteínas ou leveduras.
Fui novamente ao Google e tentei encontrar alguma correlação da frase que me foi tão importante no dia de hoje com a vida de Lincoln, e ali notei que por mais que a História o acuse de negligente e ineficiente, o político marcou seu governo por manter os Estados Unidos unidos durante a Guerra da Secessão.
Não fui além na minha pesquisa, mas refletindo apenas do que obtive daí, percebo que este sábio homem, que assumiu o governo sendo taxado de idiota, calou-se e agiu eficazmente no inconveniente da guerra. Em outras palavras, meu reencontro com Lincoln trouxe a concepção de que todos nós podemos nos reinventar se calarmos mais nossos internos anseios pelas coisas da vida, através de palavras e gestos. Afinal, não há nada mais interessante que a dúvida. Será?
Reencontrando Abraham Lincoln
quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010 | Postado por Gustavo Venancio Narciso [Guvena] às 10:02 0 comentários
Sim, eu vou falar do BBB
Que eu gosto de programas populares nunca foi novidade para quem me conhece a fundo. Eu consigo me entreter com eles, além de estar inteirado pra participar minimamente de qualquer roda de conversa do gênero sem parecer “cult” demais, ou até mesmo arrogante.
No mais, o BBB 10 é o populacho da vez. Acredito que o programa está em seu ápice agora com as discussões curiosas com o melhor do português de uma doutoranda em lingüística (também DJ) com quem quer que seja que fira os seus “princípios de moral, conduta e ética”, os gritos estridentes de sotaque arretadíssimo conjuntos com gestos intimidantes de uma policial com quem a provoca, o comportamento de três homossexuais assumidos, uma lésbica diante de mulheres lindíssimas e dois gays, sendo um, uma drag queen diante de homens que cospem e escarram nas ruas invariavelmente, e a revolta de uma dançarina cheia da verdade.
Este, sem dúvida é o cerne que prende qualquer propício telespectador ao programa. O restante dos participantes são apenas coadjuvantes destes temas centrais que já foram eliminados nos últimos paredões. Esta edição sem dúvida, é a melhor edição de um reality-show desde a primeira Casa dos Artistas que trouxe a novidade para o Brasil.
A escolha meticulosa dos participantes trouxe um conjunto interessante de dramas e conflitos que agitam discussões por todo o país, e contribui de uma maneira interessante para um nanodesenvolvimento da sociedade brasileira diante do que é mais uma grande política de se fazer pão e circo.
quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010 | Postado por Gustavo Venancio Narciso [Guvena] às 12:24 0 comentários