Uma disputa de mulheres



A imprensa pouco explorou essa realidade, mas as eleições de 2014 trazem muitas novidades. A trágica morte do ex-governador Eduardo Campos que culminou no retorno do protagonismo de Marina Silva na campanha abafou muitas peculiaridades do pleito. Pela primeira vez, temos o fundamentalismo religioso representado na forma de candidato a presidência. Pela primeira vez, a reeleição, mecanismo político implantado safadamente pelo PSDB se vê ameaçada. Mas o que mais me fascina é que pela primeira vez temos três mulheres concorrendo a presidência do Brasil.

Marina Silva, Luciana Genro e Dilma Rousseff possuem histórias de vida extremamente diferentes, mas pautaram suas carreiras políticas no mesmo PT. E este é um ponto que mostra o quão inegável é o legado deste partido, hoje com sua moral e coerência abalados, para a sociedade brasileira.

Silva e Genro saíram por divergências com o partido, sendo que a segunda fez um movimento mais coerente neste sentido ao não se beneficiar dos estratagemas do partido, saiu nos primeiros sinais de que naquela fumaça havia sim fogo. Rousseff, moldada magistralmente por Lula, hoje tem envergadura própria e possibilitou para as demais candidatas o que toda pessoa dotada de sensatez já sabia, mas que babacamente os noticiários na última eleição presidencial exploraram: hoje não há grandes questionamentos sobre a capacidade de uma mulher dirigir o país.